Poema
Maré de sal
Ana Julia Muller da Silva
Aluna do 3º ano de Letras - Inglês
Sendo transformada com a escuridão,
estou gritando diariamente com a voz muda;
Correndo rápido demais para ser parada e devagar o suficiente para alguém me notar,
subjugo essa vida rumo ao espelho falso em que moro;
Presa nas memórias desse tempo que não passa,
o choro dentro do espelho não consegue ser escutado;
As peças de guerra se revestem novamente com armaduras de papéis,
onde rumam para um possível final;
Agora com o mesmo sangue que os conecta e amaldiçoa,
alguns sofrem com a chuva que os acolhe e novamente mais uma peça é levada;
Uma bomba é jogada em meio à batalha e do mesmo modo que a chuva os traiu,
ela também trai o bobo da corte em seu papel real de rei;
O barulho do trovão é finalmente escutado por fora do espelho,
mas, a fim de ainda não ter conquistado sua rainha e após voltar tanto nisso,
a peça mais insignificante que vive com uma bomba em seu peito,
se questiona novamente se alguém assim possui uma fraqueza;
Sobrevivendo sem poder se explicar,
nas fases que deixa de jogar;
Uma nova droga é utilizada,
onde faz questão de seguir os fracassos viciantes nesse jogo que anseia continuar a errar;
O sufocamento constante no sangue é a única coisa deixada pela correnteza de sal,
onde todos são presos acreditando nas mudanças com o tempo.