Mastigando Letras Podcast

Poema

Maré de sal

Ana Julia Muller da Silva

Aluna do 3º ano de Letras - Inglês

Sendo transformada com a escuridão,

estou gritando diariamente com a voz muda;

Correndo rápido demais para ser parada e devagar o suficiente para alguém me notar,

subjugo essa vida rumo ao espelho falso em que moro;

Presa nas memórias desse tempo que não passa,

o choro dentro do espelho não consegue ser escutado;

As peças de guerra se revestem novamente com armaduras de papéis,

onde rumam para um possível final;

Agora com o mesmo sangue que os conecta e amaldiçoa,

alguns sofrem com a chuva que os acolhe e novamente mais uma peça é levada;

Uma bomba é jogada em meio à batalha e do mesmo modo que a chuva os traiu,

ela também trai o bobo da corte em seu papel real de rei;

O barulho do trovão é finalmente escutado por fora do espelho,

mas, a fim de ainda não ter conquistado sua rainha e após voltar tanto nisso,

a peça mais insignificante que vive com uma bomba em seu peito,

se questiona novamente se alguém assim possui uma fraqueza;

Sobrevivendo sem poder se explicar,

nas fases que deixa de jogar;

Uma nova droga é utilizada,

onde faz questão de seguir os fracassos viciantes nesse jogo que anseia continuar a errar;

O sufocamento constante no sangue é a única coisa deixada pela correnteza de sal,

onde todos são presos acreditando nas mudanças com o tempo.