A construção de uma memória científica do curso de Letras da UEM

A produção de arquivos digitais das Jornadas de Estudos Franceses da UEM

Você sabia que o desenvolvimento da pesquisa científica é imprescindível para o desenvolvimento da humanidade? E que ela pode ocorrer em diversos níveis: Ensino médio, Graduação, Mestrado, Doutorado e Ph.D. Certamente o nível do pesquisador influenciará em sua relevância e importância, entretanto iniciar no mundo da pesquisa desde cedo é importante para a construção de uma carreira acadêmica de excelência, embora nunca seja tarde para trilhar o caminho do conhecimento.

A ciência não é feita de um único pesquisador e nem mesmo de uma única área, a ciência é sempre multidisciplinar e dependente de um método científico. No curso de pós-graduação em Letras da UEM encontramos produção científica de relevância, com pesquisas que se dividem em duas áreas de concentração: Estudos Linguísticos e Estudos Literários. A primeira se divide em três linhas de pesquisa: Ensino-aprendizagem de línguas; Estudos do texto e do discurso; Descrição linguística. A segunda também é dividida na mesma quantidade, comportando: Campo literário e formação de leitores; Literatura e historicidade; Literatura e construção de identidades. Embora estas sejam as principais linhas de pesquisa da pós-graduação no curso, é possível realizar pesquisas que não se encaixam necessariamente em nenhuma destas linhas de pesquisa, como é o caso da iniciação científica (IC) que será apresentada neste texto.

A pesquisa de IC denominada Construção de um arquivo digital dos anais das edições do evento Jornada de Estudos Franceses da UEM, orientada pelo Prof. Dr. Edson Carlos Romualdo, tem como objetivo construir um arquivo digital dos Anais das Jornadas de Estudos Franceses da UEM, que ocorreram de 1993 a 2009, a fim de salvaguardar a memória de tais eventos e a história do Curso de Letras, bem como facilitar o acesso ao grande volume de produção científica que as onze edições do evento proporcionaram. Além disso, ainda está sendo realizada uma análise quantitativa dos trabalhos apresentados nos Anais a fim de compreender o crescimento do Curso de Letras da UEM no que diz respeito à divulgação acadêmico-científica de aspectos ligados à língua, à literatura e à cultura francesas no Paraná e no Brasil.

Atualmente, o acesso ao conteúdo das Jornadas de Estudos Franceses limita- se ao suporte papel e DVD que, com o tempo, passa pelo processo de deterioração  e obsolescência, o que nos levou à construção dos arquivos digitais, realizada através da tecnologia de digitalização seguindo as recomendações do órgão regulador Conarq, para que os arquivos digitais dos Anais possuam valor histórico, qualidade e possibilidade de circulação, considerando que os primeiros exemplares, além de escassos, estão em processo de deterioração. Essa pesquisa possui grande importância, considerando que para a ciência não importa somente o presente e o futuro, mas também o passado, pois, através dele é possível estudar os sucessos e os erros do fazer científico. Outro fator que também agrega relevância para nossa pesquisa é o contexto em que está inserida a Jornada de Estudos Franceses: o curso de Letras da UEM. Este curso simboliza o início da produção acadêmica da universidade, pois foi constituído em 1967, antes mesmo da origem da própria Universidade Estadual de Maringá, em 1969. Sendo assim, essa pesquisa não contribui somente para uma memória científica do curso de Letras, mas também da UEM.

A pesquisa que já está em fase final tem como principais aparatos teóricos Levy (1999); Martins (1992); CONARQ (2015); CONARQ (2010); Ferreira (2006) e Desbetes, Leroy e Liebert (2008). Os arquivos digitais das Jornadas de Estudos Franceses da UEM, bem como as análises quantitativas serão disponibilizadas ao público após a finalização da IC. E não acaba por aqui a construção da memória científica do curso de Letras, pois pretendemos, depois de finalizado o trabalho com as Jornadas de Estudos Franceses, iniciar um novo trabalho com os Anais das Semanas de Letras da UEM, pois fazer ciência é assim, um trabalho contínuo. Caso tenha gostado de conhecer mais uma pesquisa desenvolvida no curso de Letras da UEM, convidamos você a realizar a leitura de outras postagens aqui do site Mastigando Letras e quem sabe você não sai daqui inspirado para realizar uma nova pesquisa e contribuir para o desenvolvimento científico do curso de Letras.

Referências bibliográficas

CONARQ. Recomendações para digitalização de documentos arquivísticos

permanentes. 2010. Disponível em:

<http://conarq.gov.br/images/publicacoes_textos/Recomendacoes_digitalizacao_comple

ta.pdf>. Acesso em: 10 jun. 2020.

CONARQ. Diretrizes para a implementação de repositórios arquivísticos digitais

confiáveis - RDC-Arq. Rio de Janeiro: Conarq, 2015. Disponível em:

<http://www.conarq.gov.br/images/publicacoes_textos/diretrizes_rdc_arq.pdf#:~:text=1

%C2%BA%20Aprovar%20as%20Diretrizes%20para,arquiv%C3%ADsticos%20em%2

0suas%20fases%20corrente%2C>. Acesso em: 10 jun. 2020.

DESBETES, G.; LEROY, L.; LIEBERT, A.-G. La Gestion Electronique des

documents. Disponível em:

<http://observatoire.tic.free.fr/pdf/dossiersThematiques/2_GED.pdf>. Acesso em: 04

out. 2020.

FERREIRA, M. Introdução à Preservação Digital - Conceitos, estratégias e actuais

consensos. Guimarães, Portugal: Escola de Engenharia da Universidade do Minho

Local, 2006. Disponível em:

<https://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/5820/1/livro.pdf>. Acesso em: 15

set. 2020.

LEVY, P. Cibercultura (trad. C.I. Costa). São Paulo: editora 34, 1999.

MARTINS, Roberto de Andrade. O sistema de arquivos da universidade e a memória

científica. Anais do I Seminário Nacional de Arquivos Universitários. Campinas:

UNICAMP, 1992, pp. 27-48. Disponível em: < http://www.ghtc.usp.br/server/PDF/ram-

43.PDF > Acesso em: 17 Abr. 2020.