Uma história gramatical

Entre na história e aprenda "O que é objeto direto?"

Certo dia, um garotinho estava fazendo suas atividades escolares em casa, por estar em meio a pandemia sua professora estava lhe enviando diversas tarefas e, de vez em quando ele precisava da ajuda de sua mãe para respondê-las. Ele tinha prazo para entregá-las e a professora nem sempre conseguia tirar as dúvidas de todos os alunos durante as chamadas de vídeo. Foi então que ele se deparou com um tal de OBJETO DIRETO e, sem saber o que era foi logo chamando sua mamãe:

- Mãeee, vem aqui! Preciso de você.

A mulher foi logo ver o que seu filho queria, e se deparou com várias frases, que tinham o seguinte comando: "Analise sintaticamente cada frase e grife o objeto direto." Entretanto, o menino não fazia ideia do que era objeto direto, muito menos encontrá-lo nas frases.

As frases que ela viu no caderno de seu filho são:

a) Eu comi um sonho.

b) A Joana matou um pernilongo.

c) O Marcos usou a tesoura.

d) A Matilda viu a professora.

Ela como professora universitária de Morfossintaxe, começou a explicar como ele poderia descobrir qual é o objeto direto, apresentando duas formas para chegar a essa conclusão.

- Você pode fazer o teste da passiva e o teste do objeto oblíquo para descobrir quem é o objeto direto.

- Como assim, mãe?

- Vamos analisar a primeira frase, João. Qual você acha que é o objeto direto?

- Eu acho que é “um sonho”.

- Então, vamos lá. Segundo o teste da passiva, precisamos colocar um sonho como o sujeito da frase. Como ficaria?

- A frase seria “Um sonho foi comido por mim”.

- Isso mesmo! Se você conseguir trazer o objeto direto como sujeito, você pode ter certeza que ele é mesmo o objeto da frase. Ficou claro?

- Olha, mãe, pra falar a verdade, ainda preciso treinar mais. Me ajuda com o resto?

- Sim. Na frase “b” temos “A Joana matou um pernilongo”. Quem você acha que é o objeto direto? Lembra que ele é sempre aquilo que completa o sentido de um verbo.

- Eu acho que é “um pernilongo”.

- Certinho! Então, transforma ele no sujeito e me diz como fica a frase.

- A frase fica "Um pernilongo foi morto pela Joana”.

- Exato! Temos o teste da passiva. Mas agora vamos fazer o segundo teste, o do pronome oblíquo.

- Vish, mãe. Esse é novo pra mim.

- Calma, vamos aprender!

- Nesse teste você precisa trocar o objeto direto por um pronome oblíquo “O” ou “A”. Por exemplo, “Joana o matou” ou até mesmo “Joana matou-o.” Se essa substituição é possível, você tem a confirmação de que “O pernilongo” é mesmo o objeto direto.

- Entendi. Então vou tentar usar esse segundo teste na próxima frase.

- Vamos analisar a letra C, usando os dois testes. João, quem é o objeto direto dessa frase?

- Mãe, nessa frase o objeto direto é “a tesoura”

- E como ficaria se “a tesoura” fosse o sujeito?

- A frase seria “A tesoura foi usada pelo Marcos”.

- Perfeito! Deu para ver que a tesoura realmente é o objeto direto, né?

- Sim! Eu nem acredito que estou entendendo tudo, mãe.

- Eu falei pra você que seria fácil usar esses dois testes. Mas agora, vamos para o teste do pronome oblíquo. Como a frase se transforma?”

- A frase se transforma em “Marcos usou-a” ou “Marcos a usou".

- Excelente!

- Nessa última, vamos fazer diferente. Você que vai explicar pra mamãe qual é o objeto direto, pode ser?

- Beleza, acho que agora entendi.

- Na frase “ A Matilda viu a professora”, temos duas formas de identificar o objeto direto, como já sabemos qual é o sujeito e o verbo, nesse caso vamos pegar aquilo que está sobrando e transformá-lo no sujeito da frase, por exemplo: “ A professora foi vista pela Matilde” como “a professora” ficou como sujeito, temos a certeza que ela é o objeto direto da frase.

- Muito bem filho!

- Agora, finalmente, o último teste. Espero que você saiba o que é um pronome oblíquo, em mãe?!

- A regrinha do pronome oblíquo funciona assim, você vai pegar o que acha que é o objeto direto e substituir pelo pronome oblíquo “a” ou “o”. E a frase vai ficar “A Matilde a viu”. Muito simples né?

- Parabéns meu filho, você entendeu direitinho!

No outro dia, durante a correção da tarefa de casa, a professora perguntou para o João explicar a análise sintática da frase C. Então, ele leu a frase e começou a falar sobre o objeto direto usando os dois testes que tinha aprendido com a sua mãe. Primeiro falou do teste da passiva e depois do teste do pronome oblíquo. Os seus colegas não entenderam nada e a professora ficou muito chateada, pois não era daquele jeito que foi explicado no livro!