Morfossintaxe

Objeto Direto E Tudo Mais

Aprenda o que é e como identificar os sintagmas com essa função.

29-01-2021Por Amanda Bob (ra108654@uem.br) e Milene Ribeiro Munhos (ra109291@uem.br)(Alunas de Português-Francês/UEM) Orientador: Hélcius Batista Pereira

Para você, jovem estudante, que achava que não podia complicar mais, vem aí outra peculiaridade dos verbos: os COMPLEMENTOS VERBAIS. Em muitos casos, o verbo da sentença é o que chamamos de transitivo, isso significa, que precisará de um complemento, algo que o ajude a dar sentido a toda aquela oração. Os verbos transitivos podem ser classificados de duas formas: quando a ligação com o substantivo seguinte não precisa de preposição, damos o nome de transitivo direto. Consequentemente, o complemento utilizado, será o OBJETO DIRETO.

Mas como podemos identificar este complemento? Para Rocha Lima, um gramático brasileiro, o objeto é o complemento que na voz ativa representa o paciente da ação verbal. Desta forma, se o colocarmos na voz passiva, ele assume o papel de sujeito. Também é possível identificá-lo pela correspondência na terceira pessoa das formas pronominais “o”, “a”, “os” e “as”. Não entendeu? Bom, eis um exemplo: na oração “A Fernanda criou um texto”, podemos modificá-la para a passiva: “Um texto foi criado pela Fernanda”; ou substituir o “um texto” por “o”: “A Fernanda criou-o”.

Como já aprendemos, o objeto direto vem depois de um verbo que não necessita de preposição, no entanto existem algumas exceções. Objeto direto preposicionado ou preposicional é quando há uma preposição entre o verbo e o substantivo. Mas o OD era um complemento sem preposição e agora tem preposição? A questão é um tanto confusa, não acha? Bem, em situações que o verbo não exige preposição, o complemento continuará sendo um objeto direto, na visão dos nossos gramáticos, o que nos mostra que, até mesmo na visão normativista da língua, podemos encontrar variações linguísticas. Em “Nunca mais vou amar a ninguém”, por exemplo, embora o verbo exija um objeto direto (sem preposição), a norma padrão aceita uma variação, por meio da utilização da preposição “a”.

Como você pôde ver, a língua portuguesa sempre nos desafia a pensar sobre o seu funcionamento. Nosso idioma é tão interessante quanto desafiador.