Morfossintaxe

Contatos linguísticos entre o Japonês e o Português do Brasil

Como você não entende meu nihongo?

18-05-2021Por: Gabriela Fujita Lopes (ra119485@uem.br)Aluna de Letras-PortuguêsOrientador: Hélcius Batista Pereira

Nasci em uma família nipo-brasileira e desde que me lembro, sempre falamos o nosso português-japonês dentro de casa. Talvez por ter mais amigos descendentes do que não-descendentes, me acostumei a continuar falando tudo misturado mesmo fora de casa quando era criança, o que tento mudar até os dias de hoje. Lembro-me de um dia na escola em que algumas crianças estavam fazendo bullying com um menino da minha sala, mas para minha infelicidade, eu ainda não conhecia a palavra “bullying”. Inconformada com a situação, corri para a minha professora e bravejei: “Prô, os meninos estão fazendo ijime (maltratando) com fulano!” e ela, muito confusa, respondeu: “Fazendo o quê?”, e eu repeti como se devesse ser óbvio para ela: “Ijime! Tão fazendo kawai-so (a tradução é coitadinho, mas eu entendia como maldade na época) com ele, prô”. Ela não entendeu nada do que eu disse e ficou tão confusa que nem foi ver sobre o que eu estava falando. Depois disso, recordo de chegar em casa aos prantos e contar toda a história para minha mãe, que achou a situação engraçada e começou a ensinar palavras mais adequadas para eu usar na escola.


Houve épocas em que só falávamos japonês em casa, e também houve época em que só se podia falar em português! Atualmente, falamos como lembramos. É parte do meu cotidiano ouvir diálogos como: “Como fala motainai mesmo?” “Desperdício, né?... É, desperdício mesmo”, ou então: “Pega um chawan pra mim, por favor” “Chawan?” “É... Pote, vasilha” “Esse?” “Não! Uma... Cumbuca!... É, esse chawan!” quando me reunia com amigos para cozinhar.


Apesar de policiar essa mistura, até hoje escapa um “daijyobu” (tudo bem) quando alguém esbarrava em mim na rua ou um “gomen” (desculpa) quando era o contrário, e era sempre constrangedor quando eu percebia o que falei. Mas pensando bem, que falta faz um constrangimento enquanto andava na rua cheia...


Proposta 2) Criar um jogo, usando plataformas on-line de criação de jogos educativos, que mostre como os conhecimentos que trabalhamos na disciplina de Fundamentos poderiam ser trabalhados na sala de aula do ensino básico (ensino

fundamental ou médio). Para apresentar o jogo, crie um pequeno texto que conte o que é o jogo, as suas regras e a idade mínima para jogá-lo.


O Jogo da memória – Palavras de origem árabe contempla 11 variedades de cartões com palavras oriundas do árabe, desenhos e palavras originais, em que o intuito é encontrar os pares e fazer o mínimo de movimentos possíveis (12) por rodada.

Recomendado para crianças a partir dos 6 anos.

Link: <https://www.efuturo.com.br/jogo_memoria_internauta.php?cdJogo=11208&id=47615>.